terça-feira, 22 de novembro de 2011

Olhos de Luz

E essa sua luz
Que me seduz
Que me conduz
Ao infinito
E seus lábios
Doces, tenros
Paraíso e pecado
Silenciam o passado
E seus olhos mais que estrelas
Inflamam com suas centelhas.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Deixe

Deixe-me longe
Deixe-me aqui
Sigo a estrada esquecida
Não me procure no retrovisor
Não pergunte
Não ouça
Deixe-me tanto quanto for possível
Deixe-me só
Só o pó da estrada
E os ossos revirados pelo cão que vadia
Vá dias à frente
E não veja o tempo passar
Não espere remissão
Não existe perdão no esquecimento
Cimento sepulta meus passos
Não há pegadas
Não há sentido ou razão
Deixe-me fora
Dos espaços, dos compassos
Fora de questão
Os que estão à sombra
Podem fartar-se
Afastar-se da distância velada
Vela da proa sem vento
Vem tua brisa soprar anseios
Nos seios da calma morte.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Indo...

Mais um passo no abismo.
Não é o topo do penhasco.
É o lugar mais baixo.
É preciso galgá-lo novamente
Para do alto outra vez atirar-se.
Juntar os pedaços e seguir sem esperança.
Contar com o improvável sem esperá-lo.
Seguir fragmentado pra viver por inteiro.
Não subir o monte é morrer-se.
Não se jogar é tão ruim quanto esses versos.
Sem inspiração.
Prisão.
Condenar-se.