domingo, 2 de setembro de 2012

Luminado

Afaga, afaga e afoga a tristeza que adormece estendida.
Consola, consola e isola no peito a mágoa escondida.
Invoca, invoca e toca essa canção sofrida.
Canta, canta e arranca da garganta a ferida.

Três dias de festa, três noites de luar,
Quatro dias perdido, semanas a vagar.
Tantas horas se passam sem relógio a bater,
São os sinos do vento com a água a correr.

Doce sombra de mangueira em flor ao sol do meio-dia,
Correm fátuas nuvens de verão compondo fantasia.
Chove, chove pequenos sois entre as folhagens,
Rio de luz tensa se esgueira transbordando suas margens.