tag:blogger.com,1999:blog-31806412387666719912024-03-13T20:22:14.831-03:00Após CalypsoAiltonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.comBlogger23125tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-8523920600573416442012-09-02T19:59:00.000-03:002012-09-02T19:59:00.056-03:00LuminadoAfaga, afaga e afoga a tristeza que adormece estendida.<br />
Consola, consola e isola no peito a mágoa escondida.<br />
Invoca, invoca e toca essa canção sofrida.<br />
Canta, canta e arranca da garganta a ferida.<br />
<br />
Três dias de festa, três noites de luar,<br />
Quatro dias perdido, semanas a vagar.<br />
Tantas horas se passam sem relógio a bater,<br />
São os sinos do vento com a água a correr.<br />
<br />
Doce sombra de mangueira em flor ao sol do meio-dia,<br />
Correm fátuas nuvens de verão compondo fantasia.<br />
Chove, chove pequenos sois entre as folhagens,<br />
Rio de luz tensa se esgueira transbordando suas margens.Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-72450937022106938472012-08-24T17:19:00.000-03:002012-08-24T17:19:37.134-03:00Longe Perto
<br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Longe...</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Longe perto</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Perto do deserto</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Tão vazio e certo</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Desperto no mesmo instante</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Distante de todo agora</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Hora após hora sem sono</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Sonoro silêncio do ser</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Ser não mais inteiro</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Tinteiro sem pena e papel</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Dossel nebuloso e triste</div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
Existe tamanha aflição</div>
<div class="MsoNormal">
Ficção das noites loquazes</div>
<div class="MsoNormal">
Quase que agarra os desejos</div>
<div class="MsoNormal">
Dez beijos na fronte</div>
<div class="MsoNormal">
Horizonte fugidio</div>
<div class="MsoNormal">
Esguio, desfia seus cheiros</div>
<div class="MsoNormal">
Cativeiros em doces plumas</div>
<div class="MsoNormal">
Bruma, peito orvalhado</div>
<div class="MsoNormal">
Rosto suado, sentido, sem tino</div>
<div class="MsoNormal">
Destino o pensamento ao vento</div>
<div class="MsoNormal">
Intento, no entanto, malogrado</div>
<div class="MsoNormal">
Calado, em paz e agonia</div>
<div class="MsoNormal">
Mania de felicidade</div>
<div class="MsoNormal">
Cidade só</div>
<div class="MsoNormal">
Só saudade!
</div>
Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-40704064126715296352012-04-27T21:20:00.000-03:002012-04-27T21:20:45.670-03:00Esvaindo...<div dir="ltr" id="internal-source-marker_0.9124863196072697" style="color: #f3f3f3; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Estou
com fome! Ainda bem que deixei comida pronta. Quando chegar em casa
boto no microondas e pronto. Enquanto isso, tomo um banho quente. Estou
exausta! Graças a deus não trabalho amanhã. Vou poder descansar um
pouco. Nossa! Já são quase onze da noite e esse ônibus não anda...
Finalmente! Quando vou poder comprar um carro pra me livrar disso? Ter
que aprender a dirigir vai ser terrível!</span></span></div>
<div dir="ltr" style="color: #f3f3f3; font-family: "Trebuchet MS",sans-serif; margin-bottom: 0pt; margin-top: 0pt; text-align: justify; text-indent: 36pt;">
<span style="font-size: small;"><span style="background-color: transparent; font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">E
assim ela desceu do ônibus e caminhou como de costume em direção à sua
casa. Tudo como sempre, até que algo estranho a despertou daquela
rotina. Não sabia exatamente o que era. Uma sensação esquisita. Olhou
várias vezes para trás procurando se havia alguém lhe seguindo. A rua
estava deserta. Na verdade, preferia que tivesse alguém, não lhe
seguindo, mas alguém. Tentou voltar aos seu pensamentos normais. “Esses
saltos me matam!” Mas agora sentia medo. Percebeu com espanto que seu
coração estava mais acelerado que o normal. Pequenos pontos começaram a
brilhar em seu rosto. Transpirava, mas não sentia calor. Sentiu que
deveria apressar o passo. Quase pôde ouvir outros passos. Suas pernas
tremeram e seu estômago encolheu, fazendo com que involuntariamente
diminuísse o ritmo da caminhada. Estava ficando doente? Mas... doente de
quê? Estava alucinando? Não! Tinha certeza que algo de mal se
aproximava dela. Como num pesadelo, tentava andar mais rápido, mas suas
pernas ficavam cada vez mais pesadas. Ofegava pelo esforço. Pensou em
telefonar para alguém, para a polícia, mas suas mãos já estavam ocupadas
apoiadas nos muros para ajudar a andar. Já não enxergava com tanta
clareza. Uma manto pesado, escuro e denso parecia ter se derramado sobre
ela, enquanto se debatia para não sufocar. O que queriam dela? Por que
esperavam? Por que se escondiam? Ela já era um alvo fácil demais e ainda
não tinha sido abordada. Não olhava mais pra trás porque tinha certeza
que seja lá quem ou o que fosse poderia alcançá-la a qualquer momento.
Teve a impressão de ouvir sussurros e parou na esquina seguinte para
tirar os sapatos. Ficou estarrecida e ainda mais aflita quando percebeu
que de alguma forma pegou o caminho errado. Como era possível?! Não
entrou em nenhuma rua diferente, mas definitivamente daquela esquina em
diante não era o caminho de sua casa. Agora ela já recusava
terminantemente olhar para trás. O que fazer? Esperar? Como chegar em
casa por essas ruas que ela nunca viu? Seu corpo, cada vez mais pesado e
invertebrado não quer se mover. Não tinha mais forças. A escuridão
aumentava e ela sentia como se escorresse pelo ralo. Desmanchava-se como
manteiga ao calor. Fez-se em mil pedaços quando algo pareceu cair sobre
ela. Sentiu-se fragmentada e espalhada, cacos de todas as formas,
irregulares. Podia sentir o espaço entre cada pedaço e sabia que cada um
deles era ela. Foi soprada para alguma direção que não podia mais ver.
Juntaram-se-lhe mil outros pedaços e ela já não sabia mais quem era,
quantos eram, o que é ser. Não era mais. Não tinha mais peso, não tinha
mais medo, não tinha mais dor, não tinha nada. Não tinha sequer o vazio,
a solidão ou qualquer necessidade explicação ou justificação. Ela não
era mais, não estava mais, não pensava mais, não se sabia mais.
Apenas... sabia!</span></span></div>Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-54457367753412996252012-01-01T00:01:00.002-03:002012-01-01T00:01:00.760-03:00Crepúsculo InfinitoTeu murmúrio será meu abrigo<br />
Ouvirei teu movimento desesperado<br />
Acalmar o silêncio que está comigo<br />
E despertar o grito silenciado<br />
Sentirei o cheiro do voraz castigo<br />
Que fez o sangue sujo ser lavado<br />
<br />
As águas do teu frio lamento<br />
Escorrerão para o céu fechado<br />
Abrirão sem usar argumento<br />
As paredes que sobem ao teu lado<br />
Queimarão toda a dor do pensamento<br />
Que faz descer a lágrima do rosto angustiado<br />
<br />
Vamos respirar a luz que cobre o futuro<br />
E descobrir que o destino não está marcado<br />
Vamos abrir as portas do escuro<br />
E sentir o brilho ecoar por todo lado<br />
Quebrar o teto do nosso casulo<br />
E soltar o medo que está no peito cravado<br />
<br />
(1991)Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-84523658428091060882011-12-15T00:00:00.001-03:002011-12-15T00:00:06.675-03:00Não HáE eu vou seguindo os meus pés<br />
Por onde eu já não sei andar<br />
Não dá para chorar a solidão<br />
Quando se vive sozinho ao relento<br />
Eu não aguento tanta luz ao meu redor<br />
E o pior é que o tempo já passou<br />
Lançou os sonhos no passado<br />
Calados, sombrios, vãos<br />
De vez em quando quase sempre fico só<br />
Só apareço quando me convém<br />
Não vem ninguém ao meu socorro<br />
E se eu corro é pra não ser visto<br />
Eu insisto: não estou aqui<br />
<br />
Com os meus olhos não vejo<br />
Além da minha consciência<br />
E essa ausência é só uma luz que ainda não apagou<br />
Levei um tempo pra entender<br />
Que tender pra essa direção<br />
É tão perigoso quanto inevitável<br />
Não é amável o que ao destino ofereço<br />
Desço à rua a passos lentos<br />
Sonolentos são esses dias tristes<br />
Mas existem as noites cheias de quebranto<br />
Por isso eu canto tanto quanto posso viver<br />
Pois que não há outro sentido<br />
Então eu sigo, eu digo: ninguém fica aquiAiltonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-82433223137547741122011-12-01T00:01:00.002-03:002011-12-01T00:01:00.673-03:00AnoitecendoA noite acorda sonolenta<br />
Traz os olhos rasos d’água<br />
Levanta triste e quente<br />
Pronta pra chover<br />
A menina apressa o passo<br />
Outra vez quer tentar escapar<br />
O incauto afrouxa sua gravata<br />
Enquanto espera a sua vez<br />
Perto dali, longe e indiferente<br />
O senhor enxuga a testa<br />
Está pesado e contente<br />
Seu banquete ainda vai durar<br />
Ninguém reclama das luzes ácidas<br />
Que querem impedir a noite entrar<br />
Ela se ergue e se estende<br />
Abafando cores e lamentos<br />
O profeta hasteia seu arpão<br />
E o louco grita de terror<br />
Calam solenes as ruas<br />
O céu desaba a conta-gotas<br />
Numa melodia suave e constante<br />
Condoída e sorridente<br />
As hostes de sedentos ululam<br />
Trôpegos, amigáveis, virulentos<br />
Ganidos e sussurros vagueiam<br />
Pecados e mendigos despertam<br />
A noite socorre e alenta<br />
Quem já não tem inocência<br />
Desnuda e santifica<br />
Quem sobreviveu nos escombros<br />
Suave e cortante<br />
Sua pena é fatalAiltonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-42946189788289750272011-11-22T06:01:00.000-03:002011-11-22T06:01:06.088-03:00Olhos de LuzE essa sua luz<br />
Que me seduz<br />
Que me conduz<br />
Ao infinito<br />
E seus lábios<br />
Doces, tenros<br />
Paraíso e pecado<br />
Silenciam o passado<br />
E seus olhos mais que estrelas<br />
Inflamam com suas centelhas.Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-26518837513069113882011-11-18T11:02:00.001-03:002011-11-18T11:03:13.214-03:00DeixeDeixe-me longe<br>Deixe-me aqui<br>Sigo a estrada esquecida<br>Não me procure no retrovisor<br>Não pergunte<br>Não ouça<br>Deixe-me tanto quanto for possível<br>Deixe-me só<br>Só o pó da estrada<br>E os ossos revirados pelo cão que vadia<br> Vá dias à frente<br>E não veja o tempo passar<br>Não espere remissão<br>Não existe perdão no esquecimento<br>Cimento sepulta meus passos<br>Não há pegadas<br>Não há sentido ou razão<br>Deixe-me fora<br>Dos espaços, dos compassos<br> Fora de questão<br>Os que estão à sombra<br>Podem fartar-se<br>Afastar-se da distância velada<br>Vela da proa sem vento<br>Vem tua brisa soprar anseios<br>Nos seios da calma morte.<br> Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-49836868405170408822011-11-10T19:36:00.001-03:002011-11-11T04:38:30.402-03:00Indo...Mais um passo no abismo.<br>Não é o topo do penhasco.<br>É o lugar mais baixo.<br>É preciso galgá-lo novamente<br>Para do alto outra vez atirar-se.<br>Juntar os pedaços e seguir sem esperança.<br>Contar com o improvável sem esperá-lo.<br>Seguir fragmentado pra viver por inteiro.<br>Não subir o monte é morrer-se.<br>Não se jogar é tão ruim quanto esses versos.<br>Sem inspiração.<br>Prisão.<br>Condenar-se.Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-44982689083385118812011-06-26T08:04:00.000-03:002011-06-26T08:04:04.901-03:00NúmerosHá algum tempo recebi um e-mail assombrado com as datas que veríamos neste ano. 1/1/11, 11/1/11, 11/11/11 e 1/11/11. Eu ainda acrescentaria 20/11/2011. O espantado e-mail perguntava pela explicação dessa coisa apocalíptica. Eis minha resposta: <br />
<br />
É fácil explicar. Nosso sistema numérico é o decimal, ou seja, utilizamos apenas DEZ caracteres para representar todos os números. Então, depois de algum tempo, na sucessão normal da combinação entre os caracteres haverá pares ordenados e combinações que nos farão lembrar números e coisas que já conhecemos. O mundo não vai acabar porque o odômetro do seu carro vai marcar 111111 quilômetros rodados. Você não é a besta-fera porque recebeu um número de inscrição ou na certidão de nascimento 666 ou 111111. Num país com quase duzentos milhões de habitantes, alguém vai receber uma numeração 66666. Também não se espante se esse for o milésimo centésimo décimo primeiro e-mail na sua caixa de entrada. Os números sempre se repetiram e assim continuarão. E as superstições baseadas nas conincidências numéricas também.Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-77763994901555026192010-09-04T11:12:00.005-03:002010-09-04T20:09:07.350-03:00Dancing with Lady DeathI can see the valley<br />
I can see the flowers<br />
The wind blows the way<br />
The clouds cover the towers<br />
<br />
They dance happily<br />
All together hold hands<br />
Running and jumping lightly<br />
As never seen the these lands<br />
<br />
No more sorrow<br />
No more pain<br />
No more tomorrow<br />
No more rain<br />
<br />
And is so sublime<br />
The whiteness of their faces<br />
The dark brightness of their eyes<br />
So much glory and grace<br />
<br />
They go up the hill<br />
To meet the great mother<br />
She awaits with sweetness and thrill<br />
All the answers she can offerAiltonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-62240917580946858472010-08-15T05:00:00.001-03:002010-08-15T05:00:00.132-03:00Por Baixo da PortaDe repente, um vento de esperança passa ao seu lado. Era o carteiro que lhe tinha deixado um envelope por baixo da porta. Apressou-se em abri-lo sem deixar de notar que não havia remetente. Àquela altura era possível haver alguém que lhe admirasse anonimamente? Era apenas um engano? Será que alguém já o bservava e estava apenas esperando o momento ideal pra se manifestar? Também já não é mais costume escrever cartas. Por que não um e-mail? O momento da entrega da carta teria sido calculado? Suas mãos tremiam enquanto tentava abrir o envelope com cuidado para não rasgar o conteúdo. Percebeu que havia um bom volume, pois o papel estava dobrado em algumas vezes. Seria um simples cuidado para que terceiros não pudessem ver o conteúdo? Ou realmente havia muita coisa escrita? Quem poderia ter tanto pra lhe dizer? Tantas e tantas vezes ele esperou um sorriso ou um simples aceno e só agora alguém lhe notara? Enquanto desdobrava o papel olhou de relance para o envelope agora jogado no chão e sentiu algo muito estranho. Parecia algum lampejo de felicidade por ter recebido a carta. Ao mesmo tempo estava decepcionado e até um pouco irritado por isso não ter acontecido antes. Por um instante pensou em não abrir e deixar tudo como estava. Valeria a pena arriscar uma surpresa daquelas? Talvez fosse melhor ignorar esse incidente e deixar tudo como estava nos planos. Mas as horas por que passava não lhe minimizaram a curiosidade e ele abriu o papel. Triste cena, pobre homem! A revelação da sua vida. O resumo da sua obra. O papel estava em branco! Não tinha mais perguntas. Tudo chegou a seu termo. O silêncio pálido daquele papel era a prova cabal de que viveu coerentemente com o seu destino e com seu espírito. Ao invés de qualquer outro sentimento, sentiu paz. A luz parecia ganhar intensidade e se espalhar por todo o ambiente e uma serenidade sem par lhe tomou por completo. Abriu um largo sorriso enquanto o vermelho que escorria do seu pulso engoliu a brancura e o papel repousou ao lado de sua mão aberta, de seu braço estendido.Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-27707288105356538822010-08-07T08:05:00.000-03:002010-08-07T08:05:27.544-03:00CaminhoNão sei o que vejo<br />
Sinto tanto desejo<br />
Meu sonho não é mais o mesmo<br />
Parei de andar a esmo<br />
Sinto a luz que me acende<br />
Ascende, afaga e entende<br />
Suaves pétalas que abraçam<br />
Aos poucos, nós desembaraçam<br />
Extingue a dor que despedaça<br />
Arranca de vez a mordaça<br />
Paixão que embebe os sentidos<br />
Norteia e deixa perdido<br />
Luz áurea que entorpece<br />
Aura que envolve e aquece.Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-36426962070107052602009-12-31T17:41:00.000-03:002013-05-31T21:40:08.003-03:00Insana LucidezLucidez demais é loucura. Impossível suportar por muito tempo. Mais uma vez estamos em torno de ciclos, círculos. As extremidades se tocam, não se sabe exatamente onde. O pêndulo não balança, apenas gira completamente. O que é a super-visão, a total compreensão, além de uma grave patologia? Tudo suficientemente claro afeta a visão tanto quanto a escuridão. O que é mais óbvio, mais evidente, mais incontestável, pode ser simplesmente o mais absurdo, inconcebível, tolo, ilusório. Subir um pouco mais ao cimo do monte, sair brevemente da caverna de Platão é como uma insônia. É como estar acordado duas vezes. Isso deslumbra ao mesmo tempo em que dói e angustia. Corta o peito e rasga a alma de cima a baixo, como num golpe se rasga o véu do templo. Quanto mais alto se sobe, mais se quer atirar lá de cima. Quanto mais claro se vê, mais se quer mergulhar na mais profunda e eterna escuridão. Contraditoriamente, o desejo impele para o alto, para a luz. E esse desejo move o mundo. Viver é estar doente buscando uma cura que se sabe, muitas vezes, que não será encontrada. Subir a colina, acender a tocha, seguir a luz, não é buscar a imortalidade, não é fugir da morte. Viver é caminhar em direção ao abismo. Lucidez é saber que ao chegar lá teremos que pular. E quanto mais se tentar evitar o salto, mais decrépitos ficamos para amenizar o impacto. Quanto mais cedo, menor a dor. Nunca se deve adiar, quando muito, antecipar. Mas calma lá! Antes que me apedrejem ou me queiram crucificar. Não sou eu o portador desse super-poder-patologia-desvio! Não me dou esse direito-dever. Minha missão aqui é apenas divulgar/divagar devagar/devanear, além, é claro, de continuar em direção ao meu próprio abismo (sabendo ou não onde ele está).Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-6546493918467796392009-12-05T23:59:00.001-03:002010-07-27T11:58:16.644-03:00Vá!Vá em frente, faça<br />
Faça agora, não depois<br />
Amanhã o porvir<br />
Pode não vir<br />
<br />
Seja mesquinho, egoísta<br />
Mas seja inteiro<br />
Não viva pela metade<br />
Pois a morte é completa<br />
<br />
Cometa os mesmos erros<br />
Peque e pague<br />
Não corrija os tolos<br />
Pois loucos são loucos<br />
<br />
Beba e cuspa paixão<br />
Escarneie com amor<br />
Às favas as mágoas<br />
Aos porcos as virtudes<br />
<br />
Rasgue suas chances<br />
Coma os pedaços<br />
Fuja, negue, consinta<br />
Renda-se à sua fraquezaAiltonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-72217666366270165922009-12-01T18:00:00.000-03:002010-07-27T11:58:16.645-03:00ExplodindoSou a bala no revólver<br />
Esperando o gatilho<br />
E estou pronto pra explodir<br />
E estou pronto pra voar<br />
<br />
Não sei o que é paz<br />
Eu sou o filho do fogo<br />
Nasço e queimo até morrer<br />
E acendo-me de novo<br />
Morrendo todo dia<br />
Renascendo no escuro<br />
Indo e voltando no tempo<br />
O meu passado é futuro<br />
<br />
Sou a bala no revólver<br />
Esperando o gatilho<br />
E estou pronto pra explodir<br />
E estou pronto pra voar<br />
<br />
Agora eu posso voar<br />
Depois sou cinza no chão<br />
Em mil pedaços em vou<br />
Juntar os cacos então<br />
Nascendo dos escombros<br />
Não sou o mesmo, eu sei<br />
Sou todo e parte do todo<br />
Metade do que serei<br />
<br />
Sou a bala no revólver<br />
Esperando o gatilho<br />
E estou pronto pra explodir<br />
E estou pronto pra voarAiltonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-31624906678821199992009-11-23T22:21:00.002-03:002010-07-27T11:58:16.646-03:00Fim de DomingoMeus passos marcados, meus traços riscados<br />
Não são apagados pelo sutil farfalhar das folhas ao vento.<br />
Mas minhas certezas são pulverizadas<br />
Por teu breve e suave alento.<br />
<br />
<br />
<div style="color: yellow;">(Esses versos saíram de improviso e não foram anotados por mim. Mas como foram resgatados de forma singular e inesperada resolvi derramá-los aqui, como forma de agradecer a quem os salvou.)<br />
</div>Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-32592792161516997922009-11-22T19:30:00.000-03:002010-07-27T11:58:16.647-03:00Eu Não SouEu não sou<br />
Eu já fui<br />
Inda vou<br />
Estou aqui no ocaso<br />
Com a certeza do atraso<br />
<br />
Agora sei<br />
Passei e ainda passo<br />
Vou, vôo, vejo e disfarço<br />
Em cores e rubores evidentes<br />
Momentos em que compondo desfaço<br />
Estou pleno, certo e excesso<br />
Do mais profundo e extenso nada<br />
<br />
Estou só<br />
Estou solidão<br />
Completo, vazio e vão<br />
<br />
Agora sei<br />
Sei que não vivo<br />
Sei que não morro<br />
Sei que não tenho nenhuma essência<br />
Flatando razão<br />
Cuspindo demência<br />
Suado e ofegante desfecho alegrias<br />
Escarneço da existência<br />
<br />
Agora sei<br />
Sentimentos opulentos<br />
Transbordantes<br />
Paixão, coração, razão, afeição<br />
Ilusões<br />
Mergulho, afundo, afogo<br />
Respiro<br />
Nego, controlo, desvio<br />
Há tanta dor<br />
Desvario<br />
<br />
Agora sim<br />
Abro os braços ao infinito<br />
Quero ver o final<br />
Permito<br />
Frugores, amores, temores<br />
Despejo, descrevo<br />
Listo substantivos<br />
Adjetivos são fúteis<br />
Conexões, sentidos<br />
Inúteis<br />
<br />
Não sou<br />
Onde passo<br />
Onde penso<br />
Não me convenço<br />
<br />
Agora não<br />
Eu sei<br />
Eu não sinto<br />
Mas não minto<br />
Mesmo que faça doer<br />
Sigo<br />
<br />
Não estou nas palavras que digo<br />
Não sou os versos que escrevo<br />
Não sou o meu canto<br />
Mas estou cantar ao cantar<br />
Deus mendigo<br />
<br />
Agora sei<br />
Eu não sei<br />
Eu não sou<br />
Simplesmente vouAiltonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-28382052922608138302009-11-14T18:00:00.002-03:002021-07-27T17:32:35.511-03:00Minha Fonte-JazigoA fonte me mostra agora<div>O doce olhar do seu remanso</div><div>Nos seus braços estendidos descanso </div><div>Sua alma a minha revigora </div><div><br /></div><div>Despejo sobre ela meu canto </div><div>Encho o peito e inflado suspiro </div><div>E se palavras de amor sugiro </div><div>Ela transforma dor em acalanto </div><div><br /></div><div>Transformado em senhor e escravo </div><div>Desmancho-me na brisa calma </div><div>E se ela acende minha alma </div><div>Minha pele em seus prantos lavo </div><div><br /></div><div>Suave jardim frio e sombrio </div><div>Com todas as cores ao vento </div><div>Vibrante em seu desalento </div><div>Não se me dá calafrio </div><div><br /></div><div>Não me deixa arredio partir </div><div>Não me quer longe, não me quer distante </div><div>E me atrai e aprisiona a cada instante </div><div>Mas eu também já não quero ir </div><div><br /></div><div>Meu amor e meu ódio são seus </div><div>Minha vida assim tem sentido </div><div>Acabaram os caminhos e não estou perdido </div><div>Sua língua e seus lábios são meus</div>Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-42564351411801446652009-11-09T23:11:00.005-03:002010-07-27T11:58:16.648-03:00Discurso cínico-dadaísta sobre a hermenêutica do neoconceito suprassumido!Nos liames do esquecimento encontram-se os ditames do padecimento. Obviamente o esquecimento é uma artifício deveras interessante e eficaz para certas agruras da nefanda humana\idade, como se nos observa incisivamente o martelador alemão. Mas, a despeito de tão sagaz elucubração dionisíaco-apolínea, a nominada percepção individual e universal discursada sobre as coisas, a vida, as pessoas etc atentam para o inverossímil superrelativismo do que pode ser uma harmoniosa contradição. A insistência na manutenção exacerbada de certas imagens impele a uma inobservância das práticas consideradas de boa socialização intrafamiliar. Devaneidades insculpidas nos lúgubres acentos esquizofrênicos do dualismo maniqueísta, que afeta os cérebros álgidos das religiões ocidentais, que apontam o que "é" e o que "não é" tão arrogantemente quanto assaz longe da propalada humildade. Loquaz se faz o meta-discurso de acinte ao intolerável pelos inaceitantes espiritualizados de nível cinco. Felizes alguns acoimes interpostos quando se de\aclama um cartesianismo ferrenho e tristonho. Mas se esquecem mal. Pois que Apolo não nega Dionísio! E como perguntar a Dozgchen onde está seu fundamento, se o que há é <span style="font-style: italic;">sunyata</span> ou <span style="font-style: italic;">kenon</span>? Virulência continua sendo a marca dos tenazes pregadores. Diametralmente do outro lado, digo-me que não sei o que não é, na medida em que não posso saber o que é, recolhendo-me à minha insignificância. Se falo mesmo na insignificância, é porque também a insignificância é vazia e, de alguma forma, não sou insignificante. Frívolas ofensas espirituais são ridículas. Como bem poderia dizer o demolidor de morais: abomino! Solta, pois, teus cães famintos de latir. Em mim não econtrarão alimento. Se sou <span style="font-style: italic;">Logos</span>, em que parte do meu corpo ele está? Soa, soa o sino da capela da matriz. Ecoa o bramido choroso do penitente. Exprobreis os seres indigestos que não se alinham à tua matiz eunuca, caduca e decrépita, rumo ao mais baixo calão da desmesurada indigna\idade sobre insígne desequilíbrio metafórico-causal. Apressa-te com tua <span style="font-style: italic;">caritas</span> porque é tempo. É hora. A tempestade se anuncia. É chegado o Após Calypso!!!Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-42200319068069185262009-07-17T18:20:00.002-03:002010-07-27T11:58:16.649-03:00Uma Noite ComumA noite desce sobre a avenida<br />Agora vêm as luzes da cidade<br />O céu fica esquecido agora<br />Eu vejo os carros passando<br />As nuvens passam sem se perceber<br />A chuva chega sem surpresa<br />Crianças brincam na calçada<br />Brilham agora os guarda-chuvas<br />Pára a chuva e tudo bem<br />Tudo vem como tinha de ser<br /><br />Uma noite comum no meio da noite<br />Uma noite igual, uma noite qualquer<br /><br />Restam poucas luzes acesas<br />Restam poucas almas na rua<br />Agora as estrelas são percebidas<br />Vem lentamente a madrugada<br />Eu vejo a estrela que cai<br />Eu vejo o orvalho surgir<br />A cidade ainda está sonhando<br />E eu estou andando aqui<br />A noite vai chegando ao fim<br />E tudo vem como tinha de ser<br /><br />Uma noite comum no meio da noite<br />Uma noite igual, uma noite qualquer<br /><br />Ando sem saber aonde vou chegar<br />Ando sem saber quando vou parar<br /><br />A madrugada está indo embora<br />Tudo vem como tinha de ser<br />Uma alma comum no meio do mundo<br />Uma vida igual, uma vida qualquer<br />(idos de 1992)Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-35959457164455314242008-11-14T18:54:00.001-03:002010-07-27T11:58:16.650-03:00Do CalarQuando digo eu não falo<br />Quando penso eu não digo <br />Escondido, sozinho, fechado<br />Trancado sem chave ou segredo <br />Silencio a dor da ferida<br />Apago a chama, deixo escondida <br />As dores, amores, as cores<br />As flores, odores, sabores<br />Tudo fechado, cerrado<br />Assunto encerrado<br />Monólogo mudo e sem gestos <br />Sinais de fumaça na neblina<br />Voz átona e atônita<br />Livro aberto sem palavras<br /><br />Grito surdo ecoa<br />Olhares cortam, rasgam<br />Ouço e vejo e calo<br />Sinto, consinto, não falo<br />As palavras surdas são ouvidas <br />Apenas por quem quer ouvir<br />E são claras e fortes<br />Sinceras, aço e mel<br />Palavras sem boca<br />Que são ditas sem som<br />Escrevo, estremeço, adormeço <br />Acordo ouvindo e calado<br />Tênue linguagem criptografada <br />Sublime subliminar mensagem <br />Tão evidente e sutil<br />Como um raio de sol da alvorada<br /><br />Mas vejo uma luz, um sol, uma estrela <br />Lua cheia, cheia de vida<br />Que me desperta e me abraça <br />Irrompe em meu coração<br />E aperta e liberta<br />E aquece e completa<br />Os sentimentos transbordam<br />E as palavras ditas brotam<br />Todo o esforço do grito<br />Agora parece vão<br />Versos, cálidos bólidos<br />Fluem com a respiração<br />Não me pergunta nada<br />Mas simplesmente falo<br />Calo às avessas<br />Conto o que eu nunca sentiAiltonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-3180641238766671991.post-7860132864682966632008-06-21T20:02:00.000-03:002013-04-18T17:46:44.693-03:00Início<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #3366ff; font-family: Georgia;">Aquela Coisa</span><span style="font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #3366ff; font-family: Georgia; font-size: 7.5pt;">Raul Seixas/ Kika Seixas/ Cláudio Roberto</span><span style="font-family: Georgia; font-size: 7.5pt;"><br /></span><span style="font-family: Georgia; font-size: 10pt;">(...)</span><span style="font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">Quando o passado morreu e você não enterrou</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">O sofrimento do vazio e da dor</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">Ficam ciúmes, preconceitos de amor</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">E então é preciso você tentar</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">Mas é preciso você tentar</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">Talvez alguma coisa muito nova possa lhe acontecer</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">(...)</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">Pra ser feliz é olhar as coisas como elas são</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">Sem permitir da gente uma falsa conclusão</span><span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="color: #ffcc00; font-family: Georgia; font-size: 10pt;">Seguir somente a voz do seu coração...<o:p></o:p></span></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<span style="font-family: Georgia;"><!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span style="font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 10pt;">Começar. O sempre difícil começar. Talvez a melhor maneira de começar seja terminando. Não é começar pelo final. É começar depois do final. Então é isso! Começar com um ponto final. O ponto final fecha uma sentença. O ponto final encerra um período, uma oração. E como começar com este ponto se ele só significa fim? Ora, como começar algo sem terminar o que se tinha começado antes? Para uma nova f(r)ase faz-se necessário o ponto final. Sem ponto final não há nova frase, não há novo texto. Uma vírgula não permite começar nada, pois apenas é uma pausa na mesma oração. O ponto e vírgula apenas divide. Depois dele não se começa outro texto. E pior são as reticências, que dão certa impressão de final. Quem se engana com elas acha que começou novas sentenças, sem perceber que o que escreve ainda está ligado, ainda é em função do que ficou antes. Esse é o pior dos equívocos. Pior até mesmo do que tentar começar outro texto depois de uma vírgula. O texto fica confuso e nem mesmo o próprio autor, se parar para reler, não consegue entender. Enfim, com o perdão do trocadilho parafraseado, o ponto final é preciso e, por isso, é preciso pôr um ponto final. Alguém também poderia dizer que o termo adequado seria recomeçar. Mas, como comentei em um outro <i>blog</i> há alguns dias, recomeçar significa refazer, reescrever a mesma história. Voltar à estaca zero. Prefiro mesmo começar, com as experiências do que terminei. Prefiro sempre estar começando. Que o texto que comecei termine (com ponto final) e que eu comece um novo. Não pretendo reescrever meus textos. Quero escrever coisas novas. Como diz Raulzito, é preciso enterrar o passado e tentar de novo, seguindo a voz do coração. Lembro que certa vez, comentando sobre isso, questionaram-me sobre este funeral. Respondi que devemos enterrar o passado e não destruí-lo. Se o passado morreu, não há porque guardar o corpo. Enterre-o, creme-o, guarde-o só na memória. O ponto final não apaga as frases anteriores. Colocar o ponto final não é passar uma borracha. Se fosse possível apagar sempre que se fosse começar, as chances de cometer os mesmos erros seriam bem maiores. Mas colocando o ponto final temos sempre a possibilidade de reler o que já foi escrito e não nos tornarmos repetitivos, e melhorar o estilo, e melhorar o vocabulário, e melhorar o conteúdo, melhorar o texto. Sem apagar, mas colocando pontos finais, estaremos cada vez mais próximos de escrevermos nossa obra-prima, nosso <i>best-seller</i>. Sem isso, nunca terminaremos e nosso texto nunca será publicado. Sendo assim, cuidemos, pois, de enterrar o passado que já expirou e vejamos o que de muito novo pode nos acontecer. Que este passado seja apenas passado, pois só assim poderemos olhar para o futuro. Diria que o ponto final é um tanto quanto mágico. É como a linha de sal para as bruxas: intransponível. Quando se coloca um ponto final, o que está antes dele não volta. O passado não consegue cruzar o ponto final, assim como a bruxa não consegue atravessar a linha de sal. Então, eis como termino: pelo começo. E começo pelo ponto final. Ponto final que, afinal, é um ponto e que está pronto para outro começo (Trocadilho infame, não? Perdão, mas nunca perco um trocadilho. rsrsrs). Meu primeiro <i>post</i> é um ponto final. Enterrei o passado, pus um ponto final, arrisquei tentar outra vez e "alguma coisa muito nova" me aconteceu. E estamos <b>começados</b>. E <b>ponto final</b>.</span><span style="font-family: Georgia;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<!--[if !supportEmptyParas]--> <!--[endif]--><o:p></o:p></div>
Ailtonhttp://www.blogger.com/profile/00822929199065725560noreply@blogger.com1