domingo, 1 de janeiro de 2012

Crepúsculo Infinito

Teu murmúrio será meu abrigo
Ouvirei teu movimento desesperado
Acalmar o silêncio que está comigo
E despertar o grito silenciado
Sentirei o cheiro do voraz castigo
Que fez o sangue sujo ser lavado

As águas do teu frio lamento
Escorrerão para o céu fechado
Abrirão sem usar argumento
As paredes que sobem ao teu lado
Queimarão toda a dor do pensamento
Que faz descer a lágrima do rosto angustiado

Vamos respirar a luz que cobre o futuro
E descobrir que o destino não está marcado
Vamos abrir as portas do escuro
E sentir o brilho ecoar por todo lado
Quebrar o teto do nosso casulo
E soltar o medo que está no peito cravado

(1991)